Psicologia Biodinâmica

A Psicologia Biodinâmica é uma abordagem neorreichiana que integra psicoterapia e massagem, desenvolvida pela psicóloga e fisioterapeuta norueguesa Gerda Boyesen, na década de 1960, em Londres.

Busca incentivar o autoconhecimento, a potência e a criatividade, enfatizando o cuidado com a relação terapêutica. Percebe cada pessoa como única e proporciona uma intervenção adaptada às suas necessidades e possibilidades, de modo a conscientizar o que é inconsciente em um processo gradual e profundo.

Mais do que um método de tratamento, a Psicologia Biodinâmica é uma visão de mundo em que corpo e mente são elementos de um mesmo organismo. É uma abordagem que integra, de modo sistêmico, técnicas inovadoras de massagem, o toque como meio de comunicação não-verbal, a associação livre de idéias e de movimentos, exercícios mobilizadores e harmonizantes, além de diversas formas de elaboração simbólica a partir da fala, dos sonhos e da imaginação.

Referenciada, em sua origem, em uma base psicodinâmica e reichiana, integra atualmente elementos das neurociências e da psicanálise winnicottiana em sua fundamentação.

A Psicologia Biodinâmica propõe-se a ser uma uma visão de mundo em que corpo e mente são elementos de um mesmo organismo, na qual o ser humano é visto como vivendo em função de dois movimentos: a homeostase, ou seja, a busca do equilíbrio e da auto-regulação; e a evolução pela mudança e pelo movimento.

Tem como princípio o respeito à singularidade de cada ser humano, buscando incentivar sua criatividade, potência e espontaneidade de forma afetiva, tolerante e não-invasiva. Enfatiza o amor, o prazer, o conhecimento, o trabalho e a espiritualidade como fundamentos de uma existência plena.

Encontra aplicação prática na Análise Biodinâmica, que, partindo do cuidado com a relação terapêutica, elemento primordial do processo, propõe-se a perceber cada pessoa como única, propiciando uma intervenção adaptada às suas necessidades e possibilidades e que lhe permita conscientizar o que é inconsciente em um processo gradual e profundo.

Enfatiza a proposta de fazer amizade com a resistência e dissolver couraças sem quebrá-las, constituindo-se numa abordagem sistêmica que busca o domínio das diversas formas de intervenção verbal e o trabalho com sonhos e a imaginação, integrando esse trabalho simbólico a duas formas de abordagem somática:

– A Massagem Biodinâmica, que inclui a concepção do contato físico como forma de comunicação não-verbal, a valorização da intenção no toque, o uso de técnicas específicas de massagem adequadas às diversas necessidades de cada fase do processo analítico, dentre elas a massagem psicoperistáltica, que utiliza um estetoscópio colocado sobre o ventre como guia do processo.
– A Vegetoterapia Biodinâmica, que abrange diversas formas de intervenção corporal com efeito sobre a dimensão do psíquico que podem ser aplicadas sem necessariamente haver contato físico com o paciente, incluindo-se aí a associação livre de movimentos, o trabalho com a respiração e exercícios mobilizadores e integradores.

A Psicologia Biodinâmica filia-se como descendente da visão de mundo da psicanálise ao incorporar como fundamentais:

– a noção da existência de processos mentais inconscientes que são dinamicamente ativos e estão na base dos distúrbios psíquicos e de inúmeros outros fenômenos percebidos na consciência;
– a metapsicologia freudiana como eixo de compreensão dos processos psíquicos;
– o conceito de desenvolvimento psicossexual;
– a importância decisiva da sexualidade na existência humana;
– a psicodinâmica resultante do conflito entre pulsão e defesa como fundamento da compreensão do psiquismo;
– os conceitos de fixação e regressão;
– o estudo dos mecanismos de defesa;
– a clínica baseada nos conceitos de resistência, transferência e contratransferência;
– a formulação de um processo analítico onde são importantes tanto a revelação (conscientizar o que é inconsciente) quanto a criação (no sentido de novas experiências reparadoras que se dão no âmbito da relação analítica);
– uma técnica que valoriza a atenção flutuante e a associação livre.

Filia-se como descendente também do pensamento de Wilhelm Reich ao:
– valorizar o trabalho corporal na análise como decorrência de uma compreensão do ser humano em sua realidade somática;
– aceitar a importância da respiração e do aparelho locomotor na dinâmica emocional;
– fazer uso do conceito de uma bioenergia em seu raciocínio clínico;
– dar importância primordial, na teoria e na prática, à capacidade humana de autorregulação somática e psíquica;
– entender a importância de analisar o caráter e agir sobre a couraça muscular;
– valorizar a vitalidade e o prazer como aspectos fundamentais da existência humana;
– mostrar um pendor para o otimismo e a esperança quanto ao futuro da humanidade e à capacidade de cada ser humano superar os obstáculos internos e externos à felicidade individual e coletiva;
– defender com paixão a vida em seus múltiplos aspectos;
– manifestar simpatia pelo que é espontâneo.

Incorpora ainda elementos do pensamento de D.W.Winnicott no que diz respeito:
– à sua teoria do amadurecimento pessoal, importante recurso que possibilita ao terapeuta ter segurança no diagnóstico e adequar sua abordagem em cada fase do tratamento dos pacientes;
– ao estudo da contribuição que este autor fez relacionando psique e soma, especialmente quanto à influência dos anos iniciais da vida nos problemas físicos e emocionais do adulto;
– ao estudo das suas ideias sobre o desenvolvimento emocional primitivo e por suas inferências ao observar a relação mãe/bebê, a partir das quais cunhou o termo “mãe suficientemente boa”, conceito que amplia a compreensão e a capacidade de manejo nos casos em que ocorre regressão, seja nos trabalhos com massagem, seja nos tratamentos analíticos;
– às formulações que desenvolveu a respeito dos fenômenos transicionais que são o elo de ligação entre o mundo subjetivo e a realidade compartilhada, criando a base do mundo simbólico e permitindo o desenvolvimento da capacidade de fantasiar e brincar que são os fundamentos da vida cultural e artística;
– à oportunidade de conhecer um autor vinculado ao paradigma objetal da psicanálise, nos permitindo ampliar os horizontes conceituais, o que é de grande valia, especialmente no manejo das chamadas patologias da modernidade;
– aos conceitos de saúde e doença, entendidos à luz da teoria do amadurecimento. A doença perde o cunho patológico, sendo entendida como uma interrupção do amadurecimento, em decorrência de falhas repetidas no ambiente;
– aos conceitos de verdadeiro e falso self;
– ao conceito de holding;
– à sua teoria da agressividade.

Tem sua especificidade ao:
– afirmar a singularidade de cada pessoa, dando pouca ênfase a tipologias;
– valorizar os aspectos lúdicos e prazerosos como um recurso válido na facilitação do desenvolvimento humano;
– enfatizar o trabalho a partir do estímulo interno;
– trazer novos conceitos teóricos e clínicos como personalidade primária e personalidade secundária, couraça secundária, a estratégia de fazer amizade com a resistência, couraça visceral e couraça tissular, ciclo vasomotor;
– acima de tudo, ressaltar o papel das vísceras na psicoterapia corporal, propondo o uso de um estetoscópio sobre o abdômen na massagem e dar atenção aos ruídos peristálticos como guia do processo clínico;
– propor o uso da massagem e do toque como instrumento importante no processo analítico.

Há uma analogia que pode ser útil na compreensão das contribuições originais da Psicologia Biodinâmica: Freud desenvolveu sua metapsicologia enfatizando a importância do complexo de Édipo e das questões da genitalidade, e isto foi complementado pelas proposições teóricas e práticas de Melanie Klein quanto à importância da relação entre mãe e bebê e dos aspectos do desenvolvimento psíquico e emocional no primeiro ano de vida.

Do mesmo modo, Wilhelm Reich priorizou em sua concepção os aspectos edípicos e da genitalidade, tendo Gerda Boyesen complementado, na teoria e na prática, esta forma de ver o humano, acrescentando questões relativas ao desenvolvimento emocional primitivo. Esta é uma das contribuições fundamentais de Gerda, especialmente em relação ao campo reichiano.

A Análise Biodinâmica propõe um setting tranqüilo, sem imposições, não-invasivo, baseado na vivacidade relacional, na atenção à relação terapêutica em seus vários aspectos. Numa linguagem winnicottiana, poderíamos dizer que o analista busca mostrar-se atento e responsivo aos gestos espontâneos – sua tarefa é a identificação e facilitação do gesto interrompido para que o paciente se desenvolva a partir do contato com seu self verdadeiro.

Algumas outras influências que são também importantes:
– a fisioterapia de Aadel Bülow-Hansen;
– a Psicologia Humanista de Carl Rogers, quanto à importância da disponibilidade empática e da congruência do psicoterapeuta, da sintonia com a capacidade de cura do paciente e da “aceitação positiva incondicional”;
– a Psicologia Analítica de Carl Gustav Jung, no que se refere a trabalhos com a imaginação.
– Os desenvolvimentos obtidos no campo da neurobiologia, que permitem assentar em uma nase científica sólida a visão monista expressa no conceito reichiano de unidade funcional entre corpo e mente.

História

Gerda Boyesen teve duas influências principais na formulação dos princípios da Psicologia Biodinâmica:

1- as teorias e técnicas criadas por Wilhelm Reich, que ela conheceu através de Ola Raknes, seu psicoterapeuta e professor.

2- a teoria e a técnica formuladas por Aadel Bülow-Hansen no âmbito da fisioterapia quanto ao uso da massagem para tratamento de distúrbios mentais e psicossomáticos.

As duas vertentes descritas acima permaneceram durante um longo tempo como elementos isolados e estranhos entre si. Aos poucos, Gerda vai percebendo elos e possibilidade de síntese, formulando idéias sobre a importância do sistema nervoso autônomo (a descarga vegetativa), o papel da hipertonia e hipotonia da musculatura estriada nos processos psíquicos, a teoria da circulação do sangue na neurose, entre outras.

Em 1969, Gerda muda-se para Londres e desenvolve o método que chamou de “seguir o impulso interior”, constituído por uma combinação sutil de psicanálise e de técnicas reichianas avançadas, nas palavras dela mesma. Nessa época se estrutura a Psicologia Biodinâmica como uma escola diferenciada dentre as várias abordagens neorreichianas, com a consolidação de uma teoria e uma técnica específica. Inicia-se a formação de analistas em Londres.

Durante os 25 anos de existência do Gerda Boyesen Centre de Londres, centenas de terapeutas receberam formação de Gerda e seus professores. Alguns profissionais que por ali passaram abriram suas próprias escolas na Europa (Alemanha, Bélgica, Holanda, França, Suíça, Irlanda), Venezuela, Austrália e Brasil. Outros desenvolveram técnicas próprias e articularam a biodinâmica com diversas linhas de terapia corporal.

Em 2005 ocorreu o falecimento de Gerda Boyesen, e desde então a evolução da Psicologia Biodinâmica segue a cargo dos numerosos profissionais adeptos dessa abordagem. Como não existe ainda uma entidade mundial que congregue os diversos grupos e escolas existentes, cada um segue um caminho próprio, desenvolvendo-se de uma maneira particular e não necessariamente em sintonia com os demais.

SAIBA MAIS:

Com a chegada do nazismo ao poder na Alemanha, em 1933, muitos psicanalistas tiveram de deixar esse país por causa de sua ascendência judaica ou devido ao ativismo político de esquerda. Alguns destes, como Wilhelm Reich e Otto Fenichel, passaram a morar na Noruega.

Entre 1934 e 1939, Reich aí trabalhou como analista, ensinou e fez pesquisas, desenvolvendo nesse período as bases daquilo que viria depois a se constituir como o campo da psicoterapia corporal. Formou-se ao seu redor um grupo de discípulos, que o seguiram em sua ruptura com os padrões clássicos da psicanálise. Um dos principais membros desse grupo foi Ola Raknes.

Em 1947, Gerda, então uma dona de casa de 25 anos de idade, leu um livro sobre neuroses que falava das idéias de Reich. Interessou-se pelo tema e passou a fazer análise com Raknes e a estudar Psicologia na Universidade de Oslo. Permaneceu com Raknes até 1951.

Resolve então cursar Fisioterapia, com o objetivo de conhecer melhor o corpo humano. Nesse período, foi muito importante para ela o contato com Trygve Braatoy e Nic Waal, psicanalistas influenciados por Reich e Fenichel que, apesar de não chegarem a romper com a psicanálise, incorporaram ao seu pensamento e à sua prática muitos elementos relacionados à importância dos aspectos somáticos no âmbito de um tratamento analítico.
Depois de se formar, passou a trabalhar no Instituto de Aadel Bülow-Hansen, com quem aprendeu conceitos e técnicas de massagem que a influenciaram profundamente. Gerda relata que ficou surpresa ao perceber grandes melhoras nos pacientes que se submetiam a essa “massagem que funcionava como psicanálise”, de acordo com o que ela descreveu.

Passou a trabalhar dentro dessa metodologia, obtendo grandes resultados com seus pacientes e também em seu processo pessoal, como se pode ver em seu livro Entre Psiquê e Soma.

Houve nesse período um distanciamento da psicologia e da psicoterapia, mas aos poucos Gerda percebeu a necessidade de recorrer às ideias de Freud e Reich para poder compreender o que ocorria em sua prática. Aos poucos, numa síntese gradual, foi desenvolvendo formulações que aproximavam as propostas de trabalho com toque e massagem de Bülow-Hansen, o enfoque psicanalítico freudiano e a teoria e a prática da psicoterapia corporal reichiana.

Segundo Gerda, “nesta época a teoria freudiana do desenvolvimento psicossexual da criança tornou-se muito importante para mim. Aquilo a que Freud se referia não era somente real e verdadeiro no que se refere à psique, era real e verdadeiro nos próprios tecidos” (em Entre Psiquê e Soma, pág. 74).

Além da integração de elementos originados das influências citadas acima, Gerda também incorporou ao seu pensamento e à sua prática novas formulações desenvolvidas por ela mesma, como as ideias sobre a importância do sistema nervoso autônomo (a descarga vegetativa), o papel da hipertonia e hipotonia da musculatura estriada nos processos psíquicos, a teoria da circulação do sangue na neurose, entre outras.

Ao mudar-se para Londres, em 1969, Gerda passou a estar em contato com muitas novidades. Era uma época de efervescência cultural, e Londres era um polo importante desse movimento que incluía as psicoterapias reichianas e neorreichianas, as diversas formas de terapias alternativas, a contracultura e a antipsiquiatria, entre outras propostas que olhavam para além das práticas tradicionais estabelecidas.

Logo surgem cursos ministrados por ela sobre suas formulações inovadoras, que se estruturam sob o nome de Psicologia Biodinâmica. Ebba e Mona Lisa, filhas de Gerda, passam a trabalhar como analistas biodinâmicas e auxiliam a mãe a desenvolver os fundamentos da Biodinâmica, inclusive escrevendo artigos em conjunto com ela. Muitos desses artigos são publicados no periódico Energy and Character, fundado por David Boadella.
Durante os 25 anos de existência do Gerda Boyesen Centre de Londres, centenas de terapeutas receberam formação de Gerda e seus professores. O Instituto funcionava na Acacia House, ao lado do Acton Park, com vários consultórios e um salão de aproximadamente 200 m2 para workshops.

Nos finais de semana muitas vezes aconteciam dois ou três workshops ao mesmo tempo, espalhados pelo salão e consultórios maiores. Trainers vinham de todos os cantos do mundo para dar workshops dentro do programa do curso, como complemento ou pós-formação.

Durante esse período londrino se desenvolvem e se estruturam os fundamentos dessa abordagem. Data dessa época a maioria dos livros e artigos que organizaram esse primeiro momento da Psicologia Biodinâmica, que aos poucos se consolida como uma proposta específica no campo reichiano.

Inúmeras inovações técnicas surgem então: novas formas de massagem, o desenvolvimento de exercícios específicos, o trabalho com a imaginação e a proposta de fazer amizade com a resistência compõem alguns dos elementos que diferenciam a Psicologia Biodinâmica dentro do panorama das psicoterapias de abordagem corporal.

Gerda percebe aos poucos que o tratamento se mostra mais eficaz quando é acompanhado dos ruídos peristálticos provocados pelo funcionamento dos intestinos. Surge então a ideia de usar um estetoscópio pousado sobre o ventre como um guia da intervenção terapêutica, e isso se mostra um recurso extremamente valioso.

A Biodinâmica começou seu caminho em terras brasileiras, de forma mais constituída, em 1993, quando se iniciou a primeira turma de um Curso de Formação em Psicologia Biodinâmica na América Latina reconhecido oficialmente por Gerda Boyesen. Esta turma, juntamente com outras que se seguiram, constituiu o embrião que depois resultou na constituição formal do Instituto Brasileiro de Psicologia Biodinâmica (IBPB) em 1997.
Alguns analistas brasileiros estiveram em contato com a Psicologia Biodinâmica na Europa ao longo das décadas de 1970 e 1980, sendo influenciados por suas teorias e técnicas. Em grupos de estudo, cursos e supervisões, muitos outros profissionais tomaram contato com essas novas ideias trazidas por eles e as assimilaram, em geral de forma difusa, juntamente com elementos de outras escolas neorreichianas.

Era uma época em que a divisão entre as diversas formas de psicoterapia corporal não era tão nítida e todos estudavam e praticavam um pouco de tudo. Em São Paulo, entre os primeiros terapeutas que ajudaram a difundir os ensinamentos biodinâmicos, podemos destacar Antonio Carlos Godoy, Maria Mello, Regina Favre e Rubens Kignel. Rubens foi professor de Biodinâmica em diversos cursos de psicoterapia corporal nesses primeiros tempos.
Gerda e Ebba estiveram algumas vezes em nosso país nessa época, o que também contribuiu para a disseminação dessa abordagem. Mas a Psicologia Biodinâmica continuou sem uma estruturação independente. Apesar da publicação (organizada por Rubens Kignel) dos Cadernos de Psicologia Biodinâmica (em três volumes, no ano de 1983) e do livro Entre Psiquê e Soma, de Gerda Boyesen (em 1986), não havia um Curso de Formação em Psicologia Biodinâmica no país.

Esta situação só mudou em 1993, quando André Samson, que havia realizado a formação completa no Instituto de Gerda em Londres e trabalhado por diversos anos como analista biodinâmico nessa cidade, retornou ao Brasil e lançou, com Ricardo Rego, um curso de Massagem Biodinâmica, cujos desdobramentos levaram à constituição do IBPB.

Na década de 1990 aconteceram também algumas turmas de formação em Psicologia Biodinâmica ministradas por Christiane Lewin, François Lewin e Rubens Kignel em São Paulo. Alguns dos profissionais formados nesses grupos hoje são professores do IBPB.

Atualmente, o IBPB é a única instituição que ministra Cursos de Formação em Psicologia Biodinâmica no Brasil, estando presente em Curitiba (em parceria com o Instituto Reichiano de Curitiba), Natal, Rio de Janeiro (em parceria com o Instituto Conatus), São Paulo, Taubaté (em parceria com o Instituto Biomater) e Vitória.

A Psicologia Biodinâmica, tal como é praticada e ensinada no IBPB, tem evoluído a partir da incorporação de influências diversas. Temos buscado um contato cada vez maior com as raízes originais desta abordagem nos ensinamentos de Sigmund Freud e Wilhelm Reich. Outras vertentes importantes, que cada vez mais fazem parte da maneira com a qual concebemos a Psicologia Biodinâmica atual, são constituídas pela obra de Donald Winnicott e pelos recentes avanços da neurociência.

Apesar de haverem profissionais com formação em Biodinâmica atendendo em inúmeros países do mundo, a grande maioria das escolas e institutos em funcionamento se encontra na Europa. Abaixo seguem alguns links para saber mais sobre a Psicologia Biodinâmica europeia:

– Na Inglaterra, a London School of Biodynamic Psychotherapy (Escola Londrina de Psicoterapia Biodinâmica), dirigida por Carlien van Heel e Gareth Evans.

– Na França, a Ecole Byodinamique (Escola Biodinâmica), dirigida por Christiane Lewin e François Lewin.

– Na Irlanda, o Institute of Biodynamic Psychology and Psychotherapy (Instituto de Psicologia e Psicoterapia Biodinâmica), dirigido por Mary Molloy.

– Na Alemanha, a European School of Biodynamic Psychology (Escola Europeia de Psicologia Biodinâmica), dirigida por Ebba e Mona-Lisa Boyesen.

– Na Alemanha, a Gesellschaft für Biodynamische Psychologie (Sociedade de Psicologia Biodinâmica e Psicoterapia Corporal).

– Na Áustria, a Verein für Integrative Biodynamik (Associação de Biodinâmica Integrativa), sob a direção de Wolfgang Hutter.

– Na Holanda, o Nederlands Instituut voor Biorelease & Biodynamische Psychologie(Instituto Holandês de Psicologia Biodinâmica), sob a direção de Meno de Lange.

– Na Suíça, Schweizerischer Berufsverband für Biodynamische Psychologie (Associação Profissional Biodinâmica Suíça).

– Também na Suíça, o Solan Centre, dirigido por Myriam Mottet.

O que há para ler

Os interessados pela Psicologia Biodinâmica tem à sua disposição um repertório de textos, livros e trabalhos acadêmicos que podem complementar o conhecimento. Para um aprofundamento do assunto, recomendamos consultar a Bibliografia do Curso de Formação.

No livro Entre Psiquê e Soma (Editora Summus, São Paulo), pode ser encontrado um panorama geral do que é a Psicologia Biodinâmica, sua história e seus princípios básicos, num relato feito pela criadora desta abordagem, Gerda Boyesen.

Nos Cadernos de Psicologia Biodinâmica, também editados pela Summus, podem ser encontrados artigos introdutórios ao tema. Confira:

No Caderno 1:

– O que é Psicologia Biodinâmica? pela International Foundation for Biodynamic Psychology (p. 9-12);

– Pressão Organísmica Interna, por Clover Southwell (p. 14-21);

– A Teoria Biodinâmica da Neurose, por Gerda Boyesen e Mona Lisa Boyesen (p. 74-92);

– Conceitos e Definições Biodinâmicas, pela International Foundation for Biodynamic Psychology (p. 114-117).

No Caderno 2:

– Introdução, por Gerda Boyesen (p. 7-8);

– Zonas Detonantes, Tonicidade Muscular e o Reflexo Orgástico, por David Boadella (p. 9-22);

– A Essência da Terapia, por Ebba Boyesen (p. 23-31).

No Caderno 3:

– A Personalidade Primária, por Gerda Boyesen (p. 7-12);

– Massagem Biodinâmica como Ferramenta Terapêutica, por Clover Southwell (p.47-63).

Em inglês, existe o The Biodynamic Philosophy and Treatment of Psychosomatic Conditions, volumes 1 e 2, escritos por Peg Nunneley e editados por Peter Lang, European Academic Publishers, Bern, 2000.

Alguns textos introdutórios disponíveis para download neste website e que recomendamos:

– Psicologia biodinâmica: reflexão de uma prática organizando-se em teoria, de Vera Iaconelli, Dissertação de Mestrado no Instituto de Psicologia da USP.

– Gerda Boyesen, a mãe suficientemente boa descrita por Winnicott, de Glória Cintra, que comenta conexões entre a abordagem biodinâmica e as ideias de Winnicott.

– Psicobiodinâmica do recalque, de Ricardo Amaral Rego, que discute aspectos da relação entre a Psicologia Biodinâmica e a Psicanálise.